"Les dieux avaient condamné Sisyphe à rouler sans cesse un rocher jusqu'au sommet d'une montagne d'où la pierre retombait par son propre poids. Ils avaient pensé avec quelques raison qu'il n'est pas de punition plus terrible que le travail inutile et sans espoir". Le Mythe de Sisyphe, Albert Camus.
Há algo de Sísifo em Abalo, um dos trabalhos expostos no Recife. Por isso o trabalho funciona em looping e não funciona muito bem quando projetado, digamos, de uma forma linear. É a condenação à eterna repetição inútil do gesto de construir uma torre, e vê-la desabar, que está sendo tratada. O vão, o desperdiçado, o fracassado, o improdutivo, o infecundo, o infrutifero, o perdido. Há também a questão geológica - mas não seria também uma questão humana? - e tão atual, dos tremores de terra, da entropia, do colapso e da ruína.
Abalo
Vídeo
2'58''
2010
Vista da montagem na FJN. Abalo também foi exposto esse mês durante o Fetival Internacional de Fotografia de Porto Alegre, na Sala Helio Oiticica, no Santander Cultural.